Amanda Jacobus

Amanda Jacobus é gaúcha, vive e trabalha em Belo Horizonte, Brasil. Trabalha com a coleta de materiais orgânicos ou descartados. A partir disso, cria obras visuais com texturas, formas e cores inspiradas nas árvores, de forma a questionar a relação de poder entre o homem e a natureza. Suas principais inspirações são Giuseppe Penone e Frans Krajcberg, artistas contemporâneos atuantes nas questões ambientais.

POÉTICA NARRATIVA E OBRAS

Os cheiros, as formas, as texturas. Detalhes que fazem parte do meu imaginário e da minha pesquisa. Me vejo como caçadora, coletora, criando pequenos gabinetes de curiosidade, ávida por enxergar o vínculo que enlaça árvores e pessoas. Em meio a um contexto de completo desprezo pelo meio ambiente, meu foco é produzir no sentido oposto, usando partes dele para criar laços e também questionar. As árvores são a matéria prima da minha arte.

Com meu trabalho, pretendo construir uma narrativa sobre o poder imparável dessas centenárias criaturas e sua relação com a ganância do ser humano. Por meio de materiais orgânicos, caducos, nas experiências exploratórias urbanas, busco encontrar a tangente estética entre natureza e homem, revelando camadas de significados em cada ângulo observado. E a partir disso, expressar ao mundo de forma elegante e inteligente, a importância da comunhão entre esses personagens na Terra.

Série refeição

O que se coloca no prato tem relação direta com o futuro do mundo. Nesta série de quatro imagens, criadas com ferramenta de inteligência artificial, criou-se uma estética que linka nossas escolhas às consequências geradas por elas.

**Série Refeição, 2023**
Imagem digital realizada com Inteligência Artificial
Dimensões a definir
Valor sob consulta

A ligação da árvore com a religião e, neste caso, com a cristã. A árvore do bem e do mal pode fazer referência à ganância das igrejas por meio da bíblia. Os post its em folhas rosas encontradas em um parque de Ouro Preto marcam passagens onde a palavra ÁRVORE aparece, mostrando o simbolismo delas para o homem.

A obra Árvore do Bem e do Mal é feita com cascas de árvores e folhas em tom rosa. A bíblia mais clássica foi escolhida para ser o objeto coberto com a matéria orgânica da árvore. A peça é exposta em um porta-livros, para que fique de pé.

Árvore do Bem e do Mal, 2022
Objeto artístico - Assemblage
Dimensão: 18x20x6,5 cm

A pele enquanto ponto de conexão entre homem e natureza

A casca sendo pele da árvore, como a pele do homem ou de um animal, aproxima as espécies. O Casaco de Pele se torna reflexo da ganância e também um indício de um boicote contra a própria raça humana. As cascas, sendo coletadas em um processo de caça urbana, pertencem a centenas de árvores diferentes, indicando diversidade. O casaco mantém os aviamentos e detalhem em linho, indicando pegada fashion contemporânea, que também são fortes aliadas do desmatamento.

**"Casaco de Pele”, 2022**
Objeto artístico
Dimensão: 77x113x39 cm

Império vacilante

O ornamento para a cabeça utilizado como símbolo de poder e legitimidade troca o ouro e as pedras preciosas por cascas secas provenientes de diversas árvores, que podem simbolizar a população de governados. A inspiração vem de uma viagem a Petrópolis, na visualização da coroa usada por D. Pedro II. Ainda que estudioso e defensor das artes e ciências, a história do último imperador brasileiro é repleta de controvérsias.

**Monarquicamente Correto, 2023**
Escultura 22x35x22cm

A obra Monarquicamente Correto é uma escultura feita com cascas de árvore. A peça é exposta em fundo branco, preferencialmente com um ponto de luz focal, que valorize a textura das cascas.

**Ecobag, 2022**
Objeto artístico
dimensão: 30x23x08 cm

Um questionamento sobre as relações de consumo e a natureza

O consumo desenfreado e as lojas de fast fashion geram emissão de gases poluentes, degradação e devastação ambiental e, consequentemente, a destruição de ecossistemas. A moda é aliada ao desmatamento e o nome ECOBAG é usado como metáfora para uma bolsa feita com cascas de árvores.

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