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Exposição "Pele”

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Abertura: 25.01.2020
Encerramento: 24.03.2020
Artistas: André Filur e Luiz 83


Curadoria
KinJin

Expografia
Anna Barreto

Rua Patizal, 76 . Vila Madalena . SP

Sobre a Exposição

 A Exposição Pele apresenta uma subversão à atualidade. 

Em meio ao cenário de discussões constantes, a Arte torna-se o principal xifópago da ciência. O diálogo entre biológico e simbólico resulta no corpo como a construção da subjetividade, com isso, designado a existir em prol de convenções sócio-culturais. É o elo de ligação entre o sujeito e o mundo; a natureza e cultura. Em contrapartida, em essência, o corpo é indisciplinado e não-limitante, exceto a demarcação física existente: a pele. 

Seu significado deriva-se de interpretações e perspectivas. Para Anzieu, autor e psicanalista, a pele é o limite físico e psíquico do sentimento de si, sendo a fronteira que delimita os dois mundos. Em paralelo, considerando a psicanálise lacaniana, a relação é topológica, não havendo o dentro e o fora, mas sim uma influência simultânea: do eu para o mundo, o mundo para o eu.

A pele que permeia essa exposição é resultado da intenção artística de aproximar a estética da arte popular brasileira; etnográfica, configurada pela cultural africana, indígena e colonizada; à pele grossa, enraizada pelo grupo formalista, que sustenta regras cartesianas e “ismos” sobre a Arte.

‘’Pele’’ busca resgatar, por meio dos artistas - não artesãos, o valor da cultura brasileira pelas obras em esculturas que retratam o real cenário do país, com influências tanto individuais quanto coletivas. Para isso, a partir da pesquisa sobre escultores e ceramistas do norte e nordeste brasileiro, André Filur apresenta obras inspiradas nas carrancas do Rio São Francisco. Na mística crença ribeirinha, as esculturas afugentam maus espíritos e trazem proteção aos povos. As referências de Filur para essa nova jornada vem dos mestres artesãos Afrânio, mestre Guarany e Dona Ana das Carrancas.

Em paralelo, Luiz83 é impulsionado pelo cenário contemporâneo urbano e suas mazelas estampadas na metrópole de São Paulo. Com obras de esculturas em ferro, o artista explora formas geométricas, cores primárias que permeiam o movimento Construtivismo Russo e, inclui no conceito de suas obras, as tipografias vindas da estética da pixação, como meio de contar sua história.

O resultado de influências externas e internas são as obras dos artistas: Filur, com linguagem forte, agressiva, poética e espiritual desenvolve suas obras a partir do conceito de miscigenação e sentimentos individuais e, Luiz83 manifestando a cidade por meio de suas criações que interligam e transmutam conceitos.

Curadoria KinJin e Beatriz Egéa