Exposição em cartaz
…Às vezes as coisas mais belas são também as mais perigosas
Exposição coletiva - Núcleo Academy
de 24.03.2023 à 07.04.2023
Quando esta frase é proferida por um biólogo é fácil sermos sugestionados pela imagem de serpentes, cogumelos ou outros seres na natureza, que em contato com os seres humanos, podem ser mortíferos. Kant e Hegel se debruçaram largamente sobre a ideia de belo, lançando alguns paradigmas sobre as questões de gosto e de belo na arte.
No entanto, como definir o que é belo, se considerarmos que beleza não é exatamente um atributo das coisas ou dos seres, mas um sentimento que surge a partir da relação que estabelecemos com eles e entre eles? Podemos considerar então, que beleza é um dos muitos sentimentos passiveis de serem percebidos pelas relações, como êxtase, horror, tristeza, euforia, apatia, etc.
A partir dessa premissa, a arte não precisa ser bela mas atrair para a relação, e a pessoa que observa, alguém que se disponibiliza a entrar no jogo das sensações e arriscar-se não só a vivenciar a tranquilizadora sensação de harmonia, como também experienciar a aversão ou o horror.
Apesar de muito diferentes entre si, cada obra desta exposição parece carregar diferentes dimensões daquilo que nos é mais íntimo sendo colocado do avesso. Chega a parecer que de alguma forma todas provocam um gesto de extração - arrancar do seio, extirpar o âmago.
No entanto, há algo de frieza calculada em cada gesto. Os panos sujos cansados de esfregar ainda remetem irremediavelmente aos fazeres femininos. Encardidos, escancaram a sina de um corpo que oculta suas nódoas para exaltar uma pureza que jamais se sustentará. Numa estranha relação de intimidade, fios de cabelo exaltam a fragilidade do corpo e carregam o seu ADN.
Roupas revestidas por folhas e cascas de árvores nos remetem para a sustentabilidade da moda e a proteção que um corpo frágil necessita para habitar o mundo e com isso, fere-o. Já a relação simbiótica entre dois seres ou dois materiais, apresenta-se estável e em sintonia, como um desejo de utopia. Num caminho oposto, aquele das discrepâncias e incongruências, está um desnecessário tão vital quanto a bolsa multiusos de qualquer mulher.
Asas costuradas, bordadas, repletas de detalhes que ora tendem para o adocicado ora amargam nas memórias. Bonecas e pelúcias se recusam a ser belas, apresentando-nos sua carranca anti-social.
O bambu dobrado e costurado forma pipas que não voam, mas deixam escapar suas sombras como um perpétuo jogo de crianças. Restos de construção, material de descarte se reinventam num passatempo em que o corpo ausente se faz presente pelos gestos inacabados.
Pseudonarrativas que a partir de outras histórias, se constituem como uma nova forma em pequenos ciclos que se repetem e pequenos monstros nos permitem acesso ao grotesco das sombras. A finitude é infinita e incessante.
Curadoria
Célia Barros
Artistas participantes:
Amanda Jacobus
Claudia Ayoub
Daniele Rodrigues
Desiree Hirtenkauf
Erika Malzoni
Fabiana Gasperin
Flavia Fabiana
João Luis Simões
Lis Steudel
Maria Emilia Matos
Sheila Mancebo
Sonia Guaraldi
Sobre a Núcleo Academy
NÚCLEO ACADEMY é uma Escola de Arte Contemporânea Online que tem como principal objetivo auxiliar os profissionais das Artes Visuais em sua colocação no Contexto Artístico Contemporâneo -, seja por meio da pesquisa acadêmica, da investigação individual ou através de sua inserção no Mercado da Arte.
Nossa missão é promover ferramentas efetivas para que o artista possa se desenvolver profissionalmente dentro âmbito das artes visuais, conseguir resultados e exercer sua profissão de maneira digna e remunerada. Queremos promover a igualdade de oportunidades sem distinção de raça, cor, credo, social ou opção afetiva, de gênero ou sexual.
Sobre a Curadora
Célia Barros
Artista visual, curadora e educadora.
Mestre em Produções artísticas e investigação pela Facultat de Belles Arts da Universitat de Barcelona. Desde 2008 desenvolve projetos de exposições onde articula ações de curadoria, expografia e mediação em arte contemporânea. Cocriadora do projeto Pausa Onírica onde investiga as relações entre arte e saúde, arte e imagem, arte e coautoria. Como artista destacam-se os prêmios Histórico de Realização em Artes Visuais do Edital ProAC LAB (2021), Edital SESI SP Galeria Artes Visuais (2013) e a residência artística Oficinas do Convento em Montemor-o-Novo, Portugal (2010).
Como curadora destacam-se as exposições “Alento” no Sesc São José dos Campos, “Ocupação Xilográfica” no Sesc Birigui SP (2022), “Xilograficamente” na Galeria de Artes Visuais - SESI (2021), “Madeira Nova” no Sesc São Carlos/SP (2019), 14o Salão Nacional de Arte de Itajaí na Fundação Cultural de Itajaí/SC (2018), “pedras são preciosas” em Botucatu/SP selecionado para o Edital ProAC – Obras e exposições (2016).
Fui professora nos cursos de Artes Visuais e Artes e Mídias Digitais na Faculdade de Educação e Artes da Universidade do Vale do Paraíba entre 2018 e 2021. Integrei a equipe permanente da Fundação Bienal de São Paulo de 2013 a 2015 como Palestrante e Produtora de Conteúdo, tendo atuado no Programa Educativo da mesma instituição em 2016, 2018 e 2021.
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